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Faculdade lança projeto que alerta para a importância da arquitetura inclusiva

A falta de acessibilidade é um dos principais problemas enfrentados por pessoas que convivem com algum tipo de deficiência nas grandes cidades brasileiras. Embora órgãos como a Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência (2019) defendam a importância do direito de ir e vir como essencial para a qualidade de vida, essa é uma realidade ainda muito distante do dia a dia de quem tem mobilidade reduzida. São inúmeras as barreiras de acesso ao trabalho, ao transporte público, restaurantes, áreas de lazer e no cotidiano de um universo de pessoas que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chega a 24,6 milhões de brasileiros.

Para a professora de Arquitetura e Urbanismo da faculdade Multivix, Debora Borges, as eventuais e futuras mudanças nesse cenário começam pela formação dos novos profissionais da área. “O tema é de inegável relevância, considerando que ele gera resultados sociais positivos e contribui para o desenvolvimento inclusivo e sustentável. Sua implantação é fundamental, dependendo, porém, de mudanças culturais e de atitudes da sociedade. É de suma importância trabalhar com os futuros arquitetos e urbanistas a prática de reconhecer e elaborar projetos acessíveis, a fim de proporcionar maior autonomia e independência para essa expressiva parcela da população”, ressalta a professora. 

Para estimular esses conceitos de conscientização profissional, a Faculdade Multivix – Vila Velha irá realizar uma aula de campo com os alunos desse curso no sábado (29), no calçadão da Praia da Costa, em Vila Velha, e nas ruas do bairro. O projeto consiste em deixar que os alunos tenham uma experiência de imersão dentro dessa realidade.

 “Espera-se que ao final da imersão, os futuros arquitetos e urbanistas sejam capazes de reconhecer a importância da experimentação no processo criativo e, também, a relevância do papel humano na proposição e concepção de projetos, destacando soluções que incorporem os princípios da acessibilidade, não apenas no cumprimento de normativas, mas na apropriação destes como um atributo para melhoria da qualidade de vida dos usuários”, afirma Debora.

O projeto

A imersão acontecerá em duas etapas. A primeira levará os alunos a vivenciar, na prática, as dificuldades dos PCD’s ao realizarem simples atividades cotidianas em uma área urbanizada, tais como ir a um banheiro público, se deslocar em uma calçada, atravessar uma rua, etc. Cada grupo receberá uma limitação e terá que cumprir algumas tarefas. Em um segundo momento, cada grupo vai expor as dificuldades encontradas. Para encerrar o projeto, os alunos terão uma conversa com um profissional da área de saúde familiar (fisioterapeuta), que explicará sobre o processo de recuperação dos acidentes que as pessoas com deficiência estão sujeitas nessas atividades cotidianas.

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