Notícias

Estado de (in)segurança pública: o que fica é o medo!

Por Nerter Samora

 

A terrível morte do nosso amigo Wilson Augusto Costa Sales, mais conhecido como Wilsinho, durante um seqüestro nas primeiras horas deste sábado (28), reabre o debate sobre o total descaso das autoridades com esse Estado de insegurança pública.

 

O crime começou em um dos points mais movimentados da cidade, e que não tinha sequer policiamento, a rua entre as badaladas boates Empório São Firmino e Believe no bairro Santa Lucia. As duas ainda em funcionamento. Wilsin e mais dois amigos foram rendidos por dois meliantes que queriam dinheiro, como os jovens nada tinham, decidiram tomar o carro em assalto junto deles.

 

A determinação dos criminosos era para que os rapazes seguissem até o bairro Gurigica. Ao passarem pela rua João Carlos de Souza, no mesmo bairro Santa Lúcia, onde funcionava o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vitória, os assaltantes ficaram irritados com a possibilidade de serem avistados polícia e um deles disparou um tiro na nuca do estudante Wilson Augusto.

 

Após o ato de barbárie, os assaltantes desceram do carro e fugiram a pé. Imponentes, os dois amigos acionaram a polícia. Enquanto, nosso querido Wilsin já havia falecido. Na minha opinião, esse é um dos mais duros relatos que faço, já que nós - jovens, ou não – fizemos esse mesmo itinerário, de circular pela noite, e desta vez, o destino não reservava a mesma sorte ao nosso amigo.

 

A violência, em todas suas formas, é repugnante, mas um ato tão covarde e desumano como o que lhe ocorreu é o que aflinge os amigos, colegas e pessoas que simplesmente saem de casa para se divertir.  Infelizmente, quem deseja se divertir, conhecer pessoas novas ou ficar perto de seus amigos, tem que fazer uma opção.

 

Deixar a segurança – pelo menos, em teoria – dos lares para entrarem em uma verdadeira selva de pedra, sem regras e com os bandidos à solta. Cadê a polícia? Cadê o secretário de segurança, Rodney Miranda, que sempre aparece com seu macacão camuflado e um colete de balas junto a sua pistola?

 

Onde estão as autoridades que se escondem atrás dos números da (in)segurança? Número esses que revelam uma quantidade assustadora de jovens - como eu, amigos e conhecidos – vítimas da violência. É necessário dar uma basta em tudo isso. Chega de propaganda, chega de promessas, chega de exibição.

 

Resolver a questão da violência é coisa séria. Quantos Wilsin precisariam ser covardemente assinados para nos darmos conta que nenhuma guerra mata mais que o dia-a-dia na Grande Vitória. Quantos mais, meu Deus...

 

Agora com a palavra as autoridades da segurança pública. Senhor Paulo Hartung, senhor Rodney Miranda, senhor coronel Coutinho (comandante-geral da Polícia Militar), senhor Hélio Menezes (chefe de Polícia Civil).

Se nada for feito, vocês já sabem quem são os responsáveis por esse “novo Espírito Santo”. Do medo, da violência e do luto.

menu
menu