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Linha, agulha e imaginação

Faltando dias para o Vitória Folia, já tem gente preocupada em não ser mais um na multidão. Afinal, se for levar em conta o modelo do abadá, todos os foliões vão estar uniformizados. Mas a turma feminina, especialmente, já tirou isso de letra. Elas costumam recorrer à chamada customização.

O nome parece feio, mas o resultado, não. Trata-se, simplesmente, de deixar uma roupa ou um produto mais com a sua cara, usando o que a imaginação mandar. Mesmo sem saber, todo mundo faz isso. Só de mudar o toque do celular ou a imagem na telinha do iPhone já é “customizar”.

Mas, voltando aos abadás, a coisa não é tão rápida quanto apertar botões. A interessada deve lidar com linha, agulha, tesoura. “Mas vale a pena. É melhor sair com algo que tenha o seu toque. Do contrário, vai parecer que a gente está usando um camisolão”, diferencia a universitária Emanuele Carvalho, 26 anos, que entrou nessa onda de reformar as roupas desde 1999, quando começou a participar das folias baianas.

Fã de axé music e micaretas, ela não vê a hora de pegar seu ingresso (o próprio abadá) para o Vitória Folia e dar o seu retoque final. “Eu sempre faço algumas modificações neles. Posso, por exemplo, improvisar uma camisetinha que fica caída no ombro”, informa.

Ela diz que assim o conforto fica garantido para encarar horas e horas de agitação e coreografias animadas. “A padronagem das camisas é própria para os homens. Isso deixa as mulheres em desvantagem, por causa do busto e da cintura. Assim, customizar abadá é quase uma necessidade”, justifica.

Paetês e miçangas
A universitária Ariany Sá, 21, avisa que a customização é simples, mesmo para quem não tenha a mínima noção de corte e costura.

Ela, que não perde uma micareta, só quer ficar igual aos outros na hora de fazer coreografias. No figurino, a banda toca de outra forma. “É ter tesoura e imaginação. Mas, para quem quer incrementar mais, sugiro dar uma passada em lojinhas de aviamentos. Há paetês, miçangas, contas de diversos formatos e cores. Até florzinhas de fuxico ficam ótimas e dão um outro toque no seu abadá”, sugere.

Da mesma forma que Emanuele, ela guarda todas as suas experimentações para futuros projetos. Há um compartimento do roupeiro reservado para os abadás customizados. “Uma vez, esses acabamentos fizeram a diferença. Transformei um abadá em frente única e, então, acrescentei paetês”, recorda. Assim, com uma roupa mais com a sua cara, é só cair na folia.

Fonte: BCG Eventos
* Matéria do jornalista Marcelo Pereira, veículada no jornal A Gazeta no dia 05 de maio.
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