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ANS aprova uso de medicamento para tratamento de câncer de ovário

O câncer de ovário é mundialmente a primeira causa de morte e segunda mais incidente de tumor ginecológico – com taxa de sobrevida em cinco anos de apenas 29,2%. No Brasil, segundo pesquisa mais recente realizada pelo Instituto Nacional do Câncer, para o triênio de 2020-2022 foram estimados 6.650 novos casos de câncer de ovário, ocupando o 7° lugar dentre os tumores mais incidentes em mulheres. Entre os fatores de risco, o mais discutido e comentado é o histórico familiar (mutações BRCA1/2). Porém, vale ressaltar que, por mais que este fator de risco seja altamente associado, não é o único.

Recentemente a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a utilização do Olaparibe, uma medicação oral, como terapia de manutenção após resposta à quimioterapia com platina para os pacientes com câncer de ovário, trompas ou peritônio avançado e de alto grau com mutação nos genes BRCA1 ou BRCA2.

De acordo com a oncologista da Rede Meridional, Taynan Nunes, essa mutação pode estar presente somente no tumor ou em todas as células do paciente, como é o caso dos portadores da síndrome do câncer de mama e ovário hereditário. “O medicamento reduziu em 70% o risco de progressão da doença ou morte, em três anos, nas pacientes recém-diagnosticadas e pode beneficiar quase um quarto dos pacientes. Vale ressaltar que todas as pacientes com carcinoma de ovário devem passar por consulta de aconselhamento genético”, ressalta a médica.

O Olaparibe age como um inibidor da ação das PARP (poli [adenosina difosfato-ribose] polimerase) ou (poli [ADP-ribose] polimerase). Essas enzimas estão presentes em todas as células do organismo e são responsáveis pela recuperação delas, inclusive no caso das células cancerígenas. “Desse modo, a principal função desta droga é, justamente, evitar a reparação das células malignas e, por consequência, provocar seu enfraquecimento e morte, ajudando o controle da doença. Esse mecanismo é mais eficaz exatamente nos pacientes que tem deficiência na função do BRCA1 ou BRCA2 que são genes importantes para o reparo do DNA.”, afirma a médica.

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