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Emoção no adeus às vítimas de acidente com helicóptero do Governo

Emoção no adeus às vítimas do helicóptero: em
20 ou 30 dias causa do acidente será conhecida

Nerter Samora

Foto: Alex Favalessa
Muita tristeza e comoção marcaram os funerais das vítimas do acidente com o helicóptero do governo (em operação, na foto), ocorrido no distrito rural de Barbados, em Colatina, na madrugada da última segunda-feira (16), no retorno de uma missão de captação de órgãos para transplante. Esta terça-feira (17) foi o dia para amigos e parentes prestarem as últimas homenagens às vítimas da tragédia.

Todos os seis ocupantes participavam de uma missão de captação de órgãos. Na oportunidade, haviam sido recolhidos dois rins e duas córneas de um doador que falecera após um acidente de moto em Colatina. O helicóptero decolou às 22h40 de Vitória rumo à cidade. No retorno à Capital, após o trabalho de captação, a aeronave colidiu com uma pedra e explodiu. As causas do acidente estão sendo investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa), em São Paulo. O resultado desse trabalho deverá demorar entre 20 e 30 dias. Nessa segunda-feira (16), um coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) esteve no local do acidente, onde fotografou e acompanhou os trabalhos da perícia técnica.

Parentes das vítimas afirmaram ter sido informadas de que houve falha mecânica, tese rebatida pela cúpula da Polícia Militar, que garantiu, em entrevista coletiva no mesmo dia, que a aeronave estava em dia com a manutenção e que, apesar de o modelo do helicóptero ser 1986, estava em perfeitas condições de vôo.

Foto: Alex Favalessa O corpo do investigador da Policia Civil Eduardo Ponzo Peres, que pilotava o helicóptero, foi velado na Chefatura da Policia Civil durante toda a manhã desta terça-feira, em meio a um clima de profunda tristeza. Após o velório, o corpo seguiu em carro aberto do Corpo de Bombeiros rumo ao Cemitério de Santo Antônio, em Vitória. O cortejo, que parou o trânsito por onde passou, foi seguido por centenas de policiais civis e militares.

O investigador era muito querido na Policia, e sempre foi conhecido como uma pessoa bem-humorada, mas extremamente séria no cumprimento de sua função. Ponzo, como era tratado pelos amigos, sempre foi marcado pela integridade, e tinha um bom trânsito por todos os setores das policias Civil e Militar.

Na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não houve expediente, nem mesmo plantão, já que todos os policiais eram amigos de Ponzo e foram acompanhar o velório e o sepultamento. No local, apenas uma policial atendia às ligações telefônicas, coincidentemente a policial Mirna, era muito amiga de Ponzo.
Segundo informações de amigos, Ponzo amava pilotar e chegou a vender um apartamento para fazer o curso de pilotagem.

Além de ser um dos mais experientes pilotos e instrutor de vôo do Grupamento Aéreo da Policia, com um currículo que inclui mais de 900 horas de vôo, Ponzo pertenceu ao extinto Grupo de Operações Especiais (GOE), na época comandado pelo ex-delegado Cláudio Guerra, e que esteve sob o comando do delegado (hoje, aposentado) Adão Rosa, que também foi chefe de Polícia e secretário de Segurança, em duas oportunidades. Colegas homenagearam Ponzo com uma salva de 21 tiros.

Ponzo deixa viúva e três filhos, duas moças, uma de 20 anos e outra de 15, e um menino de 6 anos.

O médico Juliano Almeida do Valle, filho do ex-deputado estadual e ex-vice-prefeito de Vitória Teteco Queiroz, foi enterrado na manhã desta terça-feira no cemitério de Santo Antônio. Parentes e amigos acompanharam o funeral do estudante de medicina que estava no último ano da residência e se formaria em agosto de 2009.

Depois da conclusão do curso, Juliano planejava se casar. Amigos dele permaneceram no local mesmo após o sepultamento, prestando homenagens àquele que consideravam um "grande amigo".

A emoção do funeral de Juliano comoveu até os funcionários do Cemitério de Santo Antônio, que silenciosamente e de forma emocionada acompanhavam a despedida ao universitário, que sonhara um dia ser um médico urologista.

O médico Emanoel da Silva Vieira Júnior e a técnica em enfermagem Marly de Almeida Marcelino foram velados na manhã desta terça-feira no Cemitério Jardim da Paz, na Serra.

Estiveram presentes ao velório da técnica de enfermagem o governador Paulo Hartung, o vice-governador Ricardo Ferraço e o secretário de Saúde, Anselmo Tose.

A família do médico Eugênio Galdino Ferraz não sabe ainda quando será realizado o traslado do corpo para a cidade Maceió, no Estado de Alagoas, terra natal do urologista e onde será realizado o sepultamento.

O corpo da última vítima, o co-piloto do helicóptero, capitão da Policia Militar de Sergipe Álvaro Jorge Silva, segue para seu estado de origem no início da noite desta terça-feira, em um vôo comercial da empresa aérea TAM. O capitão participava de um intercâmbio no Espírito Santo.

Foto: Alex Favalessa Segundo informações do pai de Álvaro, o filho estava muito feliz de estar em treinamento no Estado e vislumbrava a possibilidade de pilotar no apoio aos Jogos Pan-Americanos, que serão realizados na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 13 e 19 de julho deste ano.

Na região do acidente, moradores do distrito onde o acidente ocorreu afirmaram ter ouvido um 'barulho estranho' após a passagem do helicóptero. Poucos moradores chegaram a alegar que viram fogo na fuselagem da aeronave.

No entanto, a versão mais aceita nos bastidores é que o mau tempo tenho sido o fator (entre vários) que contribuíram par provocar o acidente. No momento do acidente, fugindo da nebulosidade, o experiente piloto precisou descer de altitude, chocando-se com a pedra.

O chefe da DHPP, delegado Danilo Bahiense, informou na tarde desta terça-feira que o delegado André Cunha Pereira será o responsável pelas investigações do caso. No ano passado, André Cunha atuou também no acidente com o bimotor Sêneca, que caiu na Serra, matando seis membros de uma mesma família.
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