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Teatro: Alzira Power - com Cristina Pereira e Sidney Sampaio no Marista

Alzira Power

[Prêmio Molière de Melhor Texto, 1969]

com Cristina Pereira e Sidney Sampaio

Texto de Antônio Bivar

Direção Musical de Caíque Botkay

Cenografia e figurinos de Teca Fichinsk

Iluminação de Paulo David Gusmão

Direção de Gustavo Paso

 

Depois da estréia nacional no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, seguida de turnê por sete cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a peça "Alzira Power" estará em cartaz no Teatro do Marista, em Vila Velha, nos dias 10 e 11 de maio de 2008, com Cristina Pereira e Sidney Sampaio. A direção é de Gustavo Paso.

 

Escrita em 1969 por Antônio Bivar, sucesso de público e crítica no início dos anos 70, vencedor do Prêmio Molière de Melhor Texto, em 1969, a divertida comédia Alzira Power (ou O Cão Simês, título original) traz à tona a incomunicabilidade, a solidão, o sexo, a violência em meio a conflitos do cotidiano, tudo temperado com muito humor para as boas gargalhadas da platéia. Alzira (Cristina Pereira) é uma mulher sensacional, embora desbocada e agressiva. O fato de ter perdido seu cão siamês é a desculpa que usa para deflorar sua condição atual, uma funcionária pública aposentada, culta mas solitária, encarando com a rebeldia dos que se recusam a se enquadrar mansamente nos parâmetros medíocres de uma vidinha classe média. É com a desculpa da perda do cão que Alzira consegue atrair para seu apartamento o jovem Ernesto (Sidney Sampaio), um vendedor que bate à sua porta. O rapaz, casado e com filhos, revela-se uma pessoa sem sonhos, conformado com sua vida modesta e sem perspectivas. Inicialmente humilhado, Ernesto é quase levado ao desespero pelas tantas perguntas que a insatisfeita Alzira o aflige. Para sair desta enrascada Ernesto terá que seduzir Alzira. O encontro entre figuras tão díspares produz um terremoto: o anarquismo sensorial de Alzira triunfa, massacrando a canhestra racionalidade de Ernesto.

 

A montagem original se deu em São Paulo, em 1969, no Teatro Ruth Escobar. A primeira atriz a encarnar Alzira foi Yolanda Cardoso, ao lado de Antônio Fagundes, o primeiro Ernesto. No ano seguinte, 1970, para a estréia no Rio, o ator Marcelo Picchi assume o papel que foi de Fagundes. A peça alcança enorme sucesso de público e crítica, e Yolanda Cardoso ganha todos os prêmios de melhor atriz, tanto no Rio como em São Paulo.

 

Sobre o espetáculo, o diretor Gustavo Paso diz: "Estas figuras de mentalidades opostas vivem divertidíssimo confronto de idéias e desejos, absurdo e tragicômico, desafiando, com muito humor, o público a afirmar que neste país não há alguém que não conheça uma Alzira. Bivar maneja muito bem os recursos do humor e da fantasia, mergulhando profundamente na alma de uma mulher romântica e, ao mesmo tempo, dominadora. Alzira é um libelo de uma sociedade tacanha."

 

CRISTINA PEREIRA (atriz exclusiva da Rede Record)

Intérprete de Alzira. Uma das mais talentosas comediantes da safra que sacudiu as artes cênicas na década de 80, Cristina Pereira (1949) é presença marcante no teatro, no cinema e na televisão. Formou-se em 1970 pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), onde também estudou letras. Estreou com a peça "Círculo de Giz Caucasiano", de Brecht, no Teatro de Arena, em São Paulo, em 1971. Já interpretou personagens de Naum Alves de Souza, Mauro Rasi, Pirandello, Chico Caruso e Flávio de Souza, entre outros autores. Participou de mais de vinte espetáculos entre os quais: "A Missa Leiga", "O Cais do Sodré", "Equus", "Jogos na Hora da Sesta", "A Aurora da Minha Vida", "A Mente capta", "Assim é se lhe parece", "Sábado, Domingo e Segunda" (ganhou o Mambembe de atriz em papel coadjuvante, 86/87), "O Amigo da Onça", "Tantã", "Dona Rosita, a solteira", "Closet Show" entre outros. Recentemente atuou ao lado de André Valli no grande sucesso "Abalou Bangu", dois anos em cartaz nos palcos de todo o Brasil. Cristina foi integrante do extinto programa TV PIRATA, grande sucesso da TV Globo, que revolucionou a comédia na televisão brasileira. Em novelas atuo em: Vidas Opostas (2006), personagem Margarida; Floribella (2006), personagem Diretora do internato; A Lua Me Disse (2005), personagem Roseta; Começar de Novo (2004), personagem Lavínia Teodora; As Filhas da Mãe (2001), personagem Dona Divina; O Campeão (1996), personagem Olímpia; Vamp (1991), personagem Luiza; Sassaricando (1987) personagem Fedora Abdalla; Corpo Santo (1987), personagem Isaura; Cambalacho (1986), personagem Daniela; Vereda Tropical (1984), personagem Gabi; Guerra dos Sexos (1983), personagem Frô; Elas Por Elas (1982), personagem Yeda; Dinheiro Vivo (1979 - TV Tupi), personagem Garapa. No cinema atuou nos filmes: Trair e Coçar é só Começar (2006), de Moacyr Góes; Mais uma Vez Amor (2005), de Rosane Svartman; Xuxa Abracadabra (2003), de Moacyr Góes; Por um Fio (2003), de João Batista de Andrade; Xuxa e os Duendes 2 - No Caminho das Fadas (2002), de Rogério Gomes, Paulo Sérgio de Almeida; Poeta de Sete Faces (2002), de Paulo Thiago; Amélia (2000), de Ana Carolina; Romance da Empregada (1987), de Bruno Barreto; Tanga, Deu no New York Times (1987), de Henfil; Brás Cubas (1985), de Julio Bressane; Das Tripas Coração (1982), de Ana Carolina; Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina; O Rei da Noite (1975), de Hector Babenco. Atriz premiada no teatro, Cristina Pereira (1949). Foi Coordenadora de Artes Cênicas da Funarte.

 

SIDNEY SAMPAIO (ator exclusivo da TV Globo)

Intérprete de Ernesto. Sidney Sampaio (1980), campeão de cartas da TV Globo. Na novela Sete Pecados (2007) fez o personagem Pedro; na novela Páginas da Vida (2006) fez o personagem Vinícius; na novela Alma Gêmea (2005) fez o personagem Felipe; na novela Canavial de Paixões (2003) fez o personagem Guilherme; em Malhação (2001) fez o personagem Daniel; em Sandy & Júnior (1998)  fez o personagem Fred.

 

ANTÔNIO BIVAR

Autor de Alzira Power. Antônio Bivar Battistetti Lima (São Paulo, 1939). Integra o movimento dos novos dramaturgos do fim dos anos 60 e traz nova temática, personagens e situações para o teatro brasileiro ao empregar um humor mordaz, irônico e, não raro, raivoso. Inicia a carreira n'O Tablado do Rio de Janeiro e forma-se como ator pelo Conservatório Nacional de Teatro. Monta a primeira peça no Rio de Janeiro, em 1967, escrita em parceria com Carlos Aquino: Simone de Beauvoir Pare de Fumar, Siga o Exemplo de Gildinha Saraiva e Comece a Trabalhar, na qual apresenta o feminismo sob uma ótica bem-humorada. Sua criação seguinte é O Começo É Sempre Difícil, Cordélia Brasil, Vamos Tentar Outra Vez, com cena de um nada usual triângulo amoroso, premiada no 1º Seminário de Dramaturgia do Rio de Janeiro, ainda em 1967. No ano seguinte, após certa batalha contra a Censura, a peça estréia no Rio de Janeiro com Norma Bengell no papel-título, sob a direção de Emílio Di Biasi e, logo a seguir, em São Paulo, onde alcança amplo sucesso. Também em 1968, Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã, com produção do Teatro Maria Della Costa, TMDC, e direção de Fauzi Arap, é montada em São Paulo. Em 1969, surge O Cão Siamês, em mais uma montagem de Emílio Di Biasi, que é retrabalhada para uma versão carioca intitulada Alzira Power, e dirigida por Antônio Abujamra em 1970. Ambas as montagens contam com a explosiva interpretação de Yolanda Cardoso como a enfurecida mulher que recebe a visita de um vendedor de enciclopédias. Em 1970, Bivar vai para Londres, Dublin e Nova York, quando se familiariza com os movimentos de contracultura, as comunidades hippies e a música pop. A repercussão dessa vivência está em Longe Daqui, Aqui Mesmo, peça escrita em Nova York e estreada no Rio de Janeiro em 1971, novamente uma direção de Abujamra, que retrata a falta de rumos da geração hippie. Após dirigir shows musicais (Drama, de Maria Bethânia, e Tutti Frutti, de Rita Lee), lança em São Paulo, em 1976, a sofisticada comédia Gente Fina É Outra Coisa, escrita com Alcyr Costa. Mesmo ano em que escreve Quarteto, encomendada por Ziembinski para a celebração de despedida do palco desse consagrado diretor e ator. Viajando ou atuando como jornalista, há tempos longe dos palcos, Bivar estréia em São Paulo, em 1984, A Passagem da Rainha, escrita em 1968/1969 e proibida pela Censura. Em 1987, é a vez de Alice, que Delícia, protagonizada por Maria Della Costa, outra comédia sem pretensões. Nos anos 90 Bivar dedica-se, em parceria com Celso Luiz Paulini, a criar um grande painel dramatúrgico e trabalha num ciclo de peças musicadas sobre a história do Brasil, desde antes da descoberta portuguesa, até o fim da Era Vargas, interrompido pela morte de Paulini. As Raposas do Café, vencedora do Concurso de Dramaturgia do Teatro Carlos Gomes, é montada pelo Grupo TAPA, em 1990. As duas outras peças desse ciclo histórico não foram montadas profissionalmente.

 

Bivar é autor dos livros O Que É Punk, 1982; James Dean, 1983; Verdes Vales do Fim do Mundo, 1985; e uma peça inédita - Novela das Nove, 1978.

Segundo o crítico Yan Michalski: "A carreira desigual de Bivar torna-o um autor controvertido. Na fase inicial, é um legítimo porta-voz do seu tempo que sabe captar, com humor muito expressivo, não raro utilizando-se do realismo e da fantasia, as inovadoras instâncias abertas pela revolução cultural desencadeada pelos jovens dos anos 60. Suas protagonistas das primeiras peças, notadamente, despertam simpatia e encarnam as aspirações do movimento feminista. Cordélia Brasil, Abre a Janela e O Cão Siamês ou Alzira Power são montadas em várias outras cidades, a primeira delas também na Argentina e na Espanha. As obras, a partir dos anos 80, porém, perdem a contundência".

 

GUSTAVO PASO

Diretor de Alzira Power. Com 18 anos de profissão, cenógrafo, ator premiado no teatro ( Prêmio Vianninha de Melhor Ator - RJ/1992; Prêmio Carlos Gomes de Melhor Ator Coadjuvante - Blumenau/1995; Festival de Natal de Melhor Ator – Natal/1994), a partir de 2000, ano em que cria os conceitos artísticos da companhia teatral Epigenia Arte Contemporânea, Paso dedica-se exclusivamente a direção de espetáculos, como encenador-dramaturgo, entre eles: "O Cemitério de Automóveis"; "Oração"; "Epigenia"; "Sr. Sgrooge", protagonizado pelo ator Mauro Mendonça; "Histórias de Encantamento", com o Grupo Hombu como companhia convidada. Em 2007, Paso concebeu e dirigiu o elogiadíssimo "ARIANO", protagonizado por Gustavo Falcão, em temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. É autor do texto teatral "A Conversão", com estréia prevista para 2008, e "Garagem", ainda em construção, que terá como protagonista o ator Du Moscovis. É ainda autor de dois livros: GARAGEM com lançamento para novembro de 2008 e "Educação: Onde está o tal futuro?", a realidade escolar de jovens estudantes das escolas públicas do Rio de Janeiro.

 

Alzira Power - com Cristina Pereira e Sidney Sampaio

Texto de Antônio Bivar

Direção de Gustavo Paso

Local

TEATRO DO MARISTA. Vila Velha. Entrada pelo Centro Esportivo

TEMPORADA: 10 e 11 de maio.

Dias/horários: sábado às 21 horas. Domingo às 20 horas.

Abertura dos Portões - uma hora antes do início do espetáculo.

Ingressos: R$ 30 (meia entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos) e R$ 60,00 (inteira)

Classificação Etária: 14 anos

Duração: 80 minutos

Ingressos em domicílio e informações: (27) 3031.6623
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